- Vocês ainda estudam pra aprimorar as suas habilidades, ou vão na base do dom/ouvido musical?
Luis Carlos - Gostaria de dispor de mais tempo para isso, hoje meu "tempo musical" é com a Statik mesmo já que exerço outras atividades como trabalho.
Thiago D’ Lopes- Sempre procuro aprimorar minha técnica dentro do que já toco,não tenho uma rotina de estudos como gostaria,mas estou sempre tocando,sempre ouvindo coisas novas e compondo o que pra mim já é uma forma de se aprimorar.
Thiago Velásquez - Recentemente retornei aos estudos "contra-baixisticos" (risos). A música é atemporal e ilimitada, e depois de exatamente 10 anos tocando um estilo específico, percebi o quanto de tempo eu perdi, resolvendo assim retornar aos estudos para me aperfeiçoar e aprimorar técnicas de outros estilos musicais, englobando tudo na musicalidade do metal.
- Fazem algo além da banda?
Luis Carlos - Trabalho com Administração.
Thiago D’ Lopes – por enquanto me dedico só a música profissionalmente falando.alem da Statik sou musico freelancer.
Thiago Velásquez -Sou músico freelancer (faço gravações e administro aulas de contra baixo), trabalho com outras bandas e sou estudante de psicologia.
- O estilo de clipe que vocês preferem é externo, cenas de shows, ou interno, mostrando mais o íntimo da banda?
Luis Carlos - Depende da temática, o que fizemos com a música "Statik Majik" foi um trabalho entre a banda e a produtora, vamos ver o que vamos arrumar para o próximo (risos)
Thiago D’ Lopes – Na minha opinião ,um clipe tem que ter uma historia,algo que possa ser interpretado de varias formas pra quem assiste,passar uma mensagem através de imagens.
acho legal a mistura do interno com o externo.
Thiago Velásquez - Particularmente eu gosto muito das mistura dos elementos, acho que funciona muito bem. Mas lógico que cada música tem a sua "história" a ser contada e interpretada, então se varia muito.
- Onde vocês gostam mais de tocar? Porquê?
Thiago D’ Lopes – qualquer lugar que tenham pessoas querendo curtir realmente o Rock’n Roll e que partilhem comigo essa emoção..seja 10 ou 1000 pessoas.
Luis Carlos - Pelo Brasil afora, onde posso conhecer pessoas novas e lugares novos.
Thiago Velásquez- Sem sombra de dúvidas no estado de Minas Gerais, foi até hoje o estado o qual tivemos a maior receptividade de todas, e não é a toa que sempre estamos pelas bandas de lá (risos)
- Como vai ser o CD novo? Quantas faixas?
Thiago Velásquez: O CD inicialmente teria 10 faixas, mas aí a gente decidiu colocar 9 e deixar uma faixa de bônus, pro caso de pois fazermos um LP. Não temos certeza ainda se vamos fazer LP porque isso é mais item de colecionador. Lá fora é que o pessoal curte mesmo essas paradas.
- Tem data certa pra o lançamento do CD?
Luis Carlos: "O single deve estar saindo lá pro final do mês."
Thiago D´Lopes: "O CD mesmo deve estar saindo lá pra junho. Ainda tem que fazer os ajustes finais de estúdio, etc."
- Quando serão os próximos shows da banda?
Lavras/MG: 20/04
Paraná: ainda sem data prevista
Piabetá/RJ: ainda sem data prevista.
Turnê Europa: Outubro - 12 datas(aguardem maiores notícias)
Turnê Sul-Americana: Peru, Colômbia e Equador(aguardem as datas)
- Contem-me um pouco da história da banda:
Carlinhos: "A gente tá aí desde 2002. Eu estou desde a formação original, já tivemos outros integrantes na banda, mas a coisa começou a dar mais certo com o este trio mesmo, éramos um quarteto. O Velásquez entrou na banda só como baixista, mas aí depois, quando o antigo vocalista "foi saído"(por motivos de ética os nomes dos antigos integrantes não serão revelados), ele assumiu o vocal de vez. Chegamos a lançar o CD Stoned on Musik com um guitarrista convidado, mas a banda só se estabilizou mesmo quando o Thiago D´Lopes assumiu a guitarra. A coisa começou a dar mais certo."
Velásquez: "Na verdade a Statik não me conhecia. Eu era aluno do Ivan Guilhon, baixista do Tribuzy. Ele me contou da banda que era boa e eu era molecão na época(2007), mas adoraria ter uma banda séria. Aí eu cheguei de gaiato no ensaio, perguntei se podia tocar, depois fiz o teste e acabei entrando. Durante as gravações do Stoned on Music houve a saída do antigo vocalista e o Carlinhos me liga e me perguntou 'Você quer cantar na banda?' 'Porra, você quer me fuder, né... Tá vamos.' E desde então assumi o posto vocal/baixo, estamos aí na luta. Claro que muita coisa mudou desde então, minha experiência como vocal e até de estrada foi aumentando, antes eu aguentava 3, 4 músicas e minha voz já estava no talo, agora aguento 2 ou 3 shows inteiros e estou bem melhor. Cheguei a fazer aulas de técnicas vocais pra aprender a respirar e tudo o mais, e hoje estou bem melhor, vc pode reparar que no 1º CD eu tô cru, forçando a voz. Mas agora é tudo bem mais fácil, e se Deus quiser vou ter que me acostumar com uma rotina mais pesada. Só falta conseguir largar o cigarro, porque tá TENSO..."
D´Lopes: "Na época que eu entrei, eu era mais um quebra-galho, com a saída do antigo guitarrista, que foi durante a turnê de uma outra banda que ele tinha. Eu tocava numa banda de Hard Rock chamada Greazy Lizzard, e já conhecia o Velásquez desde moleque(estudávamos juntos desde os 9 anos de idade), minha primeira banda foi com ele, a Stormblastt, que só tocava cover. O engraçado é que ficamos tocando mais ou menos 2 anos o mesmo set list e errando as mesma coisas...(risos). Era o começo de tudo. O Velásquez já estava na Statik havia algum tempo, aí o guitarrista viajou, foi fazer uma turnê e eu fui chamado pra quebrar o galho em alguns shows que já estavam marcados aqui no rio, e a Statik não queria perder essas datas, porque era os primeiros shows depois da divulgação do Stoned (que por coincidência o meu é autografado pelo Velásquez) em agosto, algumas semanas depois do meu aniversário. Aí eu fui visitar o Velásquez, fazia algum tempo que a gente não se via. 'Vamos tirar um som aí', comecei a tocar Shadows of Hope, da Statik. Ele disse'Sério mesmo? Então tá, vamos lá.' Tocamos e no final ele disse que ia falar com o Carlinhos e ia ver se eu ficava de guitarrista provisório(Carlinhos: Mal sabia ele que o D´Lopes já estava mal-intencionado...), estavam rolando uns testes pra guitarrista(Carlinhos: Que todos foram horríveis...) Aí eu comecei a ensaiar com a banda direto, e um belo dia o Carlinhos me liga e pergunta se eu gostaria de tocar oficialmente na banda, porquê o outro foi pra nunca mais voltar. Isso foi no final de agosto de 2010. Eu aceitei e to aí até hoje."
- Qual foi o primeiro show da banda com essa formação?
Velásquez: " Foi em Guarapari - ES. Foi super foda, foi num saguão de hotel. A galera toda da cidade que curte rock foi. A polícia bateu lá por causa do barulho, aí infelizmente tivemos que acabar com o show. Foi mais foda do que o show que fizemos no dia seguinte, numa casa de show. Outro que foi bem marcante foi em Uberlândia: na segunda música eu caí e abri a testa. Mas levei até o final o show, na hora da adrenalina eu voltei e continuei. Nem pensei em parar, porque você põe na balança e não vai abrir disso, né... O sonho vale mais do que aquele pequeno momento. Bom, literalmente caí de cabeça na carreira... Não é que foi aí que eu descobri que própolis cura muita coisa? Estava sangrando muito e colocaram própolis. Parou na hora. Eu olhei e falei 'Nossa, como assim?' rsrsrsrs Técnicas mineiras à base de própolis e cachaça. Teve um show também que foram anunciar o D´Lopes e ele levou um tombo. Ele já levantou solando, pareceu até que foi programado. Hilário."
- A respeito do clipe Statik Majik, como foi a gravação?
Velásquez: "Essa música foi escrita pelo antigo guitarrista, então nos vimos em um grande desafio: como não fomos nós que a escrevemos, começamos a pensar em 'como vamos passar a ideia da música para o clipe?' Por mais que você toque e cante, você tem que saber interpretar o que o compositor quis passar. Um amigo nosso nos mostrou um pouco de dramatismo alemão e achamos interessante, combina com o a ideia do clipe, que é como se o lado mal no final das contas vencesse o lado bom. Mas na real, o clipe pode ser interpretado de várias formas, vai da interpretação de cada um. A parte da banda tocando foi gravada no alambique do Max Cana em Barra de Guaratiba( que por sinal tem uma cachaça muito boa, rsrsrsrrs)e o resto foi num sítio do avô de um amigo nosso, pq tentamos fazer em um determinado parque e fomos impedidos, tem que ter autorização, tem que pagar, uma enrolação danada e a parada fica rolando meses e meses. Tínhamos tentado na Central do Brasil, mas logo que começamos a tirar umas fotos vieram perguntar se tínhamos permissão... É muita politicagem. Aí resolvemos fazer em outro lugar. Dá vontade de fazer às escondidas, na marra, só pra sacanear. Fazer o quê, né... Moramos no Brasil."
- O novo single... Ele vai ter clipe, não vai, quando sai?
Velásquez: "Vai sim. Acho que hoje não tem divulgação melhor do que clipe, a maioria das pessoas só se liga de verdade na música depois que vê o clipe. Até queríamos fazer mais clipes do Stoned on Music mas como estamos com o Wrath of Mind engatilhado, com material e tudo, resolvemos seguir em frente. Talvez, mais pra frente, até podemos fazer uma regravação, mas por enquanto será o Wrath of Mind mesmo."
- Influencias da banda. E pessoais, claro...?
Velásquez: "Bom, da banda, Black Sabath, principalmente. Blue Cheer, Black Label Society, Alice In Chains(por incrível que pareça), Motorhead, The Offspring. Pessoal: Machine Head, W.A.S.P., Megadeth, eu por exemplo sempre fui da área mais puxada pro Thrash Metal, mas cada um aqui tem a sua escola. Meus ídolos pessoais: Anselmo, X-Brown; Pantera, Dave do Megadeth; Layne Staley, falecido do Alice in Chains; Robert Trujilo, Metallica. Musicalmente sou muito eclético, umas vez me perguntaram de onde eu tirava as ideias de linha do contra-baixo, eu disse ' você já escutou o volume 20 e 21 do Calcinha Preta?' É sério, quando você vira músico você acaba perdendo o preconceito com outros ritmos. Eu mesmo passei 10 anos naquela de só tocar metal. Depois voltei pra escola de música e resolvi aprender mais. O ritmo brasileiro é muito rico, tem muito a acrescentar pro metal. Vejo nego falando mal de forró, maracatu, etc, falando 'ah, isso é a maior merda' mas fica chupando o pau do Angra, que tem várias dessas inserções, mas tá tudo mascarado. Duas das minhas maiores influências que vão criar polêmica são Wando e Benito de Paula. Wesper, do Canibal Corpse.
D´Lopes: "Eu já vim da escola mais tradicional, tipo, Hard Rock, Classic Rock, Heavy Tradicional. De uns tempos pra cá tenho escutado bandas mais atuais, com uma pegada mais atual, tipo Amaranth, Bullet for My Valentine, e o Avenged Sevenfold. Embora tenha tenha sido o Black Sabath que me iniciou no rock. Minhas influências são: Whitesnake, Skid Row, Iron Maiden, e claro, obviamente Ozzy Osbourne. Quando eu era mais novo eu andava igualzinho a ele(risos). Guitarristas: Zakk Wylde do Black Label Society, Doug Aldrich, ex guitarrista do Dio, agora tá tocando no Whitesnake, Reb Beach que agora tá no Whitesnake, John Sykes,ex guitarrista do Whitesnake e que é do Thin Lizzy também,Alexi Laiho do Children of Bodom , Jimmy Page e Ritchie Blackmore, Tony Iommi do Black Sabbath, Randy Rhoads, que é um dos meus guitarristas favoritos(Velásquez: pow, esse não foi tb do Whitesnake não?rsrsrsrsr nao pow..ele era do Quiet Riot antes de entrar pro Ozzy..risos) Jake E. Lee também é uma grande influência minha.
Carlinhos: "Bom, nem tudo o que você gosta de escutar você aplica no som que você faz. Gosto muito do Iron Maiden antigo, mas não aplico nada disso no som que faço na Statik. Black Sabath, Venom, Slayer, e muitos desses músicos aí: Dave Lombardo, John B. do Led Zeppelin, Kittie Moon do The Who, Beatles Rolling Stones, The Darkness...
- Qual a opinião de vocês sobre a evolução do rock? Essas novas bandas vocês acham que é válido o caminho que o rock está tomando?
D´Lopes: "Isso é uma coisa que vai mais de geração para geração... Tem bandas antigas que optaram por continuar fazendo o mesmo tipo de som que sempre faziam, aí fica aqueles álbuns sempre iguais, só que com músicas diferentes, como os Stones, o AC/DC, etc. E tem aqueles artistas que optaram por se moldar aos novos tempos. Na MINHA opinião, as bandas devem sim se moldar aos novos tempos. Não modernizar o som, mas fazer com que se encaixe nas novas gerações. Por exemplo, o Metallica foi taxado de que se vendeu, etc. Eu não acho que se vendeu, até porque isso é um lance bem hipócrita, porque se ele está tocando e gravando disco ele quer vender, ele quer ganhar dinheiro. É muito hipócrita e contraditório essa galera ficar falando 'vamos apoiar a cena, vamos comprar CD...', aí quando a banda consegue chegar a um patamar que vende muito CD, o povo fala 'ah, se vendeu'. Ou seja, o cara quer que a galera apoie, mas não quer que a banda chegue a um nível onde a Grande Mídia reconheça e queira comprar. É uma hipocrisia que infelizmente é bem grande dentro do metal. Teve sim uma evolução, pena que as bandas não são valorizadas. Por exemplo, Heavy Metal não tem muito espaço pra tocar em Domingão do Faustão, Caldeirão do Hulk, etc. O que toca de mais pesado é Pitty, que veio do underground e tem seu público. A própria Statik Majik é influenciada por bandas antigas. O que nós fazemos é dar uma roupagem nova a esse som, se encaixando aos novos tempos. Eu sou contra ficar preso aos moldes antigos, acho que faz a cena parar."
Carlinhos: "Acho o seguinte, uma coisa é você tocar aquilo e outra coisa bem diferente é você tocar e ter vivido aquilo. O cara toca coisas dos anos 80. É uma coisa natural. O próprio Jason (ex baixista do Metallica) disse: 'Você nunca vai ser Old School. Você não viveu aquilo' O ser humano tem muito disso de ficar lembrando, gente se vestindo igual aos caras da época, etc. Tem banda de agora colocando capa de CD com carro antigo. Pessoalmente não gosto muito desses clichês, isso dá uma saturada."
Velásquez: "Música é uma coisa que não tem limite, sabe? As pessoas falam:' Até quando você vai ficar estudando música?' A verdade é que você vai estudar música a sua vida inteira. São infinitas possibilidades pra você explorar tudo. Tanto que você nota que são determinadas formas de tocar, que estão formando uma nova vanguarda, você nota nitidamente que é um som mais moderno. Sempre tem essa galera que fala: ' Ah, já não se fazem mais bandas como antigamente. Antigamente que era bom.' Tem essas bandas que que até gravam as músicas com se fosse em fita cassete... Essa banda agrada esse tipo de cara, cada um tem seu público."
